
Ciclofaixa da Marechal Floriano: só em fila indiana e ainda assim levando "educativas" finas de carros, caminhões e ligeirinhos
Seja para protestar contra uma Meia ciclofaixa de apenas 75 centímetros, ou para lembrar a morte do ciclista Edimar Nascimento, a Bicicletada – muito mais que um passeio – é um acontecimento político.
Na Bicicletada deste sábado (28/01), muito se discutiu sobre os prós e os contras da dita Meia ciclofaixa da Marechal Floriano em Curitiba. Muitos consideram um avanço, pois antes, nem isto tínhamos. Outros lembram que o projeto apresentava os 1,5 metros de largura, então não podemos nos contentar com nada menos do que isto.
Questões técnicas e pontuais à parte, tenho cá uma análise, pretenciosamente, menos rasa sobre o assunto. Enquanto ficarmos questionando centímetros e desperdiçando nosso verbo e esforços pela correção de minúsculas obras em prol da ciclomobilidade, perdemos de foco o que entendo por principal: a mudança do conceito. Uma transformação cultural é o que precisamos. Quando os técnicos do Ippuc ou da Urbs dizem que “não dá” para aumentar mais que “x” centímetros a largura da estreitíssima ciclofaixa, o que é que eles estão dizendo? Estão simplesmente lembrando que até farão o possível para melhorar as condições dos ciclistas, desde que para isto, não se retire – um centímetro sequer – do espaço consagrado ao fluxo prioritário dos automóveis. Enquanto o espaço público de circulação for entendido como sendo dos carros, uma ou outra conquista cicloviária poderá haver, mas nunca a realmente necessária e suficiente.
Em Curitiba 2 exemplos exclamam tal situação. Este da meia ciclofaixa na Marechal Floriano, onde quem ousar propor a extinção de uma faixa de circulação para carros, seria queimado na fogueira da carrólatra Inquisição, ou então, por diagnóstico de insanidade absoluta, seria enviado compulsoriamente para um “reformatório” junto com a galera do crack. Outro caso é o Anel Viário. Se de fato o sistema de transporte coletivo fosse uma prioridade para a administração de Luciano Ducci e Cia, esta obra já teria sido elaborada, desde o projeto, prevendo implantação de vias exclusivas para os ônibus, mas como isto implicaria em sacrificar vias dos poluidores particulares, mais uma vez desperdiçou-se a oportunidade de melhorar – de fato, e não só na propaganda oficial – a qualidade do transporte coletivo de Curitiba. Então, Curitiba é ou não é a capital dos carros? O último senso do IBGE (2010) já afirmava ser Curitiba a capital com maior número de carros por habitantes e, com todos os esforços de nosso prefeito, tão cedo a gente não passa para frente este troféu.
O espaço público é de todos, mobilidade é uma necessidade, por que não prestigiar modais que melhoram a circulação e a qualidade do ar? Por que não investir numa mudança cultural?
Abaixo alguns registros fotográficos da Bicicletada de janeiro em Curitiba.[like url=http://goo.gl/fTDzx xfbml=true action=like layout=standard][nggallery id=27]
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Caramba!
Diminuam as faixas dos carros!!! Engenheiros, vejam a largura adotada em outras cidades do mundo!!!
Que belas imagens, companheiro!!
Parabéns! Relatos audiovisuais impecáveis!
Vamo que vamo!!
Abraço,
Goura
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