Acabamos de receber esta publicação do MOVIMENTO PASSE LIVRE de Curitiba e, gostaríamos além de deixar manifesto nosso incondicional apoio a este justíssimo Movimento, lembrar que a causa da Mobilidade Urbana – assim como todas as causas sociais pungentes em nosso país – precisam ter uma cooperação e apoio múltuos.
Todas as ações e causas se interconectam. Não basta eu lutar pela Mobilidade e não tomar conhecimento das lutas pelo Meio ambiente, e vice-versa. Não basta eu participar de ações pelo uso da bicicleta e, ao mesmo tempo dizer que “odeio política”. Oras, as decisões políticas é que determinam se serão construídos mais binários, ou ciclofaixas; se a tarifa do ônibus será gratuita-garantindo o direito de ir e vir de toda a sociedade- ou será fonte de lucros para o oligopólio que domina e comanda o transporte coletivo em Curitiba. Abaixo a pertinente e por demais importante discussão sobre a tarifa de ônibus em Curitiba e todo sistema de transporte de massas em nossa- outrora “modelo”- capital.
MPL invade as ruas por Tarifa Zero
Em Junho de 2010, Curitiba assistiu a uma carnificina em praça pública. O local foi a praça Tiradentes, no centro da cidade. O assassino, um ônibus Ligeirinho com falhas mecânicas graves. As vítimas, usuários compulsórios do transporte coletivo. Há um ano só o silêncio e descaso da URBS e prefeitura para com as pessoas alvejadas naquele dia e outras que dependem do transporte coletivo para gerir suas vidas.
O cenário é esse
Pela falta de responsabilidade com a vida da população de toda grande Curitiba é que o MPL – O Movimento Passe Livre de Curitiba – organizou uma manifestação no dia 10/6/11 na praça Tiradentes, a fim de exigir melhorias no transporte coletivo da cidade e Tarifa Zero à todas pessoas. ( http://midiaindependente.org/pt/blue/2011/06/492359.shtml)
A luta em torno dessa pauta têm sido intensa. Iniciada em Janeiro de 2011, a Rede Contra o Tarifaço, uma iniciativa do MPL, reuniu mais de 45 entidades de luta para barrar o aumento da tarifa e exigir qualidadeno transporte coletivo. Foram dezenas de manifestações públicas, várias reuniões, sessões nas câmaras de vereadores e deputados, protocolos e o resultado foi um ônibus azul! ( http://fureotubo.blogspot.com/2011/04/farsa-do-onibus-azul-lo-ta-do.html)
A cidade tem uma defasagem no sistema de transporte coletivo de mais de 50 anos em relação ao crescimento populacional e demanda do transporte. Cidade que um dia foi modelo em deslocar enorme número de pessoas pela cidade, hoje apresenta como resultado desse atraso no sistema, ônibus superlotados, linhas saturadas, filas imensas, atrasos e acidentes diários, muitos deles fatais.
O MPL tem apontado inúmeras falhas no sistema de transporte coletivo e proposto diálogo com a URBS, empresa que gerencia o transporte, para apresentação de um projeto de iniciativa popular que visa a melhoria do sistema no que se refere a qualidade, conforto, pontualidade, segurança e gestão popular do sistema. Porém, a proposta não tem sido vista com ?bons olhos?, pois isso significa automaticamente queda nos lucro dos empresários do transporte. Infelizmente, a democracia proferida pelos órgãos “públicos” é de cima para baixo, sem diálogo algum, onde preferencialmente sempre favorecem as oligarquias do transporte coletivo.
Vimos há pouco tempo a implantação do seguro acidente com ônibus (segbus – http://www.osegbus.com.br/principal/index.php), que tem como objetivo ressarcir as vítimas do transporte. Já foi perguntado pelo movimento, por que ao invés de uma medida que assume acidentes futuros, paliativa, não se tem medidas preventivas, como por exemplo, mais ônibus nas linhas, para que não se precise aumentar a velocidade do ônibus e gerar mais acidentes?
A obrigatoriedade de câmeras dentro das estações tubos e no interiordos ônibus para vigiar a população ao invés de ônibus sem catracas comintegração total da cidade. Medidas que garantem apenas o lucro das empresas e não a melhoria do transporte às pessoas.
Mesmo com toda essa situação busca-se, pelas vias reivindicativas, com movimentação popular, organização de núcleos que discutam a questão do transporte coletivo, ações diretas, desobediência civil, caminhos para a melhoria da vida em si da população da grande Curitiba. Assim afirma o MPL Curitiba.
http://midiaindependente.org/pt/blue/2011/06/492872.shtml